(RE) [prefixo latino] 1. Repetição.
(VISTA) [sf.] 1. Ação ou efeito de ver. 2. O que se vê. 3. Panorama.
(REVISTA) [sf.] 1. Inspeção minuciosa. 2. Publicação periódica de caráter noticioso, etc.
(REVISTA) [adj.] 1. Que se reviu.

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PERIODICIDADE SEMANAL

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A LEI DA MORDAÇA OU... COMO NÃO FALAR, FALANDO


Além de trabalhar num dos jornais locais, também faço um programa na rádio AM local, que são do mesmo grupo, aliás. Em toda a cidade pequena os meios de comunicação têm sérios problemas para transmitir suas matérias. Por que, perguntam nossos leitores? Por dois motivos:
1) Os coronéis. Ah, vocês acham que só existem coronéis no nordeste do nosso amado Brasil? Não mesmo! Aqui, os donos do dinheiro sustentam a maior parte dos custos dos meios de comunicação. Então, como atacá-los, ou melhor dizendo, fazer-lhes críticas, mesmo as construtivas, sem correr o risco de perder o patrocínio?
2) E mesmo os que não são os donos do dinheiro... temos os anunciantes que, numa cidade do nosso porte, são em número um tanto quanto reduzido. Criticá-los e deixar de arrecadar com seus anúncios? Nem pensar.
Então, temos de nos desdobrar para transmitirmos as notícias de tal modo que ninguém sinta-se melindrado. As entrelinhas têm de ser mais expressivas que as próprias linhas. Os eufemismos têm de ser ainda mais sutis e, as metáforas, não podem jamais declarar explicitamente quem serviu de modelo para elas. Só podemos rasgar o verbo quando temos provas conclusivas e aí, quase sempre, toda a população já sabe. É um verdadeiro exercício de semântica, que não seria necessário se não houvessem críticas a serem feitas ou se houvesse sensatez, para que os criticados entendessem a finalidade dos meios de comunicação e, desta forma, não os cerceassem. Mas... chegaremos lá, seja por entrelinhas, linhas tortas ou diretamente, quer doa nos bolsos ou ouvidos. E viva a lei da liberdade de imprensa!

CULTURA TAMBÉM É NOTÍCIA



Estamos estreando uma nova forma de falar com o povo de Capão da Canoa. Parabenizo a criadora deste blog, que vai nos possibilitar livrarmo-nos da lei da mordaça, não para criticarmos, mas para podermos falar as verdades que todos vêem e muito poucos falam.
E inauguro esta, dizendo da minha felicidade por perceber que no fundo da batéia do garimpeiro, se encontram pepitas brilhantíssimas, aqui, em nossa pequena cidade. Para quem não acreditava, além dos oriundos de outras plagas, aqui também nascem artistas, que durante anos produziram suas obras para deleite próprio e, num átimo, foram descobertos por uma destas coincidências da vida e são levados ao conhecimento de todos através da nossa CAC - Casa do Artista Caponense. Peças belíssimas, geniais pela simplicidade dos materiais usados, fórmulas às vezes próprias do criador, que se moldam, se espalham pelas telas, se derramam escritas em forma de poesia ou de crônica, se manifestam através do canto, da dança ou da interpretação. E como é bom falar com nossos iguais em sentimentos, aqueles que respiram a cultura, uma das poucas manifestações humanas que não envolvem politicagem. Se você cria, junte-se a nós, procure-nos e mostre suas criações, divida-as com os afortunados que se deliciam ao ver uma bela pintura, uma escultura, ou choram ao ler uma crônica, se emocionam ao percorrer as rimas de uma poesia, ou aplaudem freneticamente ao ver a beleza de uma interpretação musical ou teatral.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

NOVO CONDOMÍNIO GHEGA INUNDANDO CAPÃO



Trata-se de um charmoso edifício na Av. Rudá... Residencial Bellagio, um empreendimento da Nazale Imóveis que certamente será um marco em comodidade e conforto nos doze meses do ano, bem no centro de Capão da Canoa. Entre seus diferenciais, uma fonte logo na entrada, dando boas-vindas aos moradores e, porque não, aos demais freqüentadores da Av. Rudá. Mas, para os realmente interessados, a fonte (que ilustramos na foto tirada no dia 30/08) só funciona no período da drenagem do terreno no início da construção e agora, no acabamento da parte inferior do prédio, por isso deve, logo logo, ser somente uma lembrança para as inúmeras pessoas que puderam usufruir de suas águas. Mas... nem tudo está perdido! Pra quem gosta deste tipo de atrativo, são cerca de oitenta prédios em construção em Capão da Canoa atualmente, nas mais diversas localidades, e todos eles, em algum momento, nos brindam com suas águas à jorrar pela cidade. Escolha o seu!


NOTA DA (RE)DAÇÃO: o (RE)VISTA não cobrou a publicidade deste post.

SÃO DOIS PRA LÁ, DOIS PRÁ CÁ...

Hoje fui surpreendida (positivamente) com o telefonema de uma amiga que não vejo há cerca de dois anos. Nos conhecemos em 2006, pois trabalhamos juntas no mesmo projeto que, como a maioria das coisas boas, durou pouco, quatro meses apenas, pra ser exata.
E, ainda entre a alegria de ser lembrada após tanto tempo, fiquei pensando nas pessoas que, como ela, tiveram que sair de Capão por falta de um trabalho que garantisse a subsistência nos doze meses do ano. É, foi esse o caso, dela e do marido.
Não há estatística sobre as pessoas que chegam em Capão todo ano com o objetivo de “criar raízes” e, muito menos, das que retornam aos seus lugares de origem pela total falta de condições de aqui permanecerem. Aliás, com o tempo a gente descobre que, em termos de estatísticas, Capão é duplamente órfão!
Enfim... Fico me perguntando por quê? Por que numa cidade que se orgulha pelo sucesso de sua construção civil, a ponto de colocar um símbolo em sua bandeira, constrói tantas residências e não investe em perspectivas de trabalho? Por que não há incentivo (fiscal ou outro qualquer) para o comércio, serviço e indústrias, que não só abririam postos diretos e indiretos de trabalho, como dariam a infra-estrutura tão desejada por quem adquire um imóvel (vale dizer, no patamar médio de R$ 160.000,00)?
Alguns diriam se tratar de um assunto complexo, que incentivos são difíceis de se materializar orçamentariamente, que indústrias são poluentes, etc... Para estes, digo que a construção civil à revelia de um plano diretor condizente com a preservação ambiental, pode ser tão ou mais letal que possíveis resíduos industriais; que o orçamento tem limites sim, mas é público, tão público quanto à sociedade dele se apoderar, no sentido de construir alternativas para suas demandas; e que complexo, é inversamente proporcional ao diagnóstico e à estruturação de ações, ou seja, quanto menos se conhece, ou se quer conhecer, mais intrincado fica.
E enquanto a gente fica sem saber quantos vem e quantos vão, a dança continua, com seu compasso acentuado, e seu ritmo certo... e, no dois prá cá e dois prá lá dessas idas e vindas, ficamos torcendo, pra que um dia, ninguém precise mais sair daqui.

MOVIMENTO CULTURAL

A Casa de Cultura foi palco de seu (da cultura) MOVIMENTO na noite do dia 30, onde vários segmentos culturais e os três candidatos ao cargo de prefeito estiveram reunidos. Poesia, trecho de uma peça teatral que iniciou com algo mais ou menos assim: “-Então estes são seus líderes?”; Música de qualidade na voz de um talentoso e jovem músico e, entre isso, cinco perguntas, quinze respostas e três assinaturas. Tudo esteve impecável a não ser pela falta de objetividade e/ou conhecimento de alguns candidatos.
O MOVIMENTO já é dez só pelo significado de seu nome, que lembra dinâmica, transformação... e o pessoal que idealizou a noite está de parabéns pela iniciativa e pela execução.
Já os candidatos... teve quem ficou mais enrolado que durex no orçamento, que parece que não decorou direito o PPA, LDO e LOA e se perdeu nas siglas... teve quem fugiu da objetividade, como quem foge do comprometimento que dela se denota... e teve quem não se enrolou e disse tantos "sims" quantos foram solicitados. No fim, apesar das enroladas e escorregadas, todos assinaram o compromisso em criar a Secretaria de Cultura e nomear seu secretário(a) segundo uma lista tríplice elaborada pelo MOVIMENTO; equipar e manter a Casa de Cultura; e separar o Fundo Municipal da Cultura da Secretaria de Turismo, onde está atualmente vinculado.
Missão cumprida! Agora... que venham os outros movimentos... SÁUDE, EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE... ou corremos o risco de passarmos os próximos quatro anos inertes!

O PRINCÍPIO DO FIM


Já não sem tempo a Suprema Corte do nosso país trata de pôr fim a uma antiga discussão: a nomeação de parentes para cargos da administração pública, nos três poderes e nas três esferas. A partir da publicação da Súmula Vinculante de número treze, o que deve ocorrer até o final desta quinzena, a nomeação de servidores públicos, na administração direta e indireta, nos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e nas três esferas (federal, estadual e municipal) é considerada INCONSTITUCIONAL, ou seja, ilegal.
Na prática, nomeações questionadas em processos judiciais, que sejam objeto da decisão da Súmula, serão julgadas, já na primeira instância, inconstitucionais, pois este é um dos efeitos de uma Súmula Vinculante que, como o próprio nome diz, vincula as decisões dos juízes, devendo estes decidir, via de regra, em conformidade com seu texto. Veja a íntegra da decisão:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo de comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos município, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.

Mas, não é tão simples assim e, como não dá pra “passar à limpo” mais de quinhentos anos de “jeitinhos” de uma só vez, a Súmula abriu exceção aos cargos do chamado “primeiro escalão” (ministros, secretários de estado e secretários municipais) e, ainda, foi omissa às chamadas nomeações cruzadas, onde o parente de um é nomeado por outro e vice-versa.
Por isso, não dá pra dizer que não avançamos, mas dá pra perceber que Súmula alguma, sozinha, vai transformar a realidade. É preciso, entre tantas coisas, transparência e publicidade dos atos públicos (como já determina a lei), para que possamos nos apoderar das nomeações e de outros tantos atos que, de públicos, realmente, só tem o nome.
Enquanto isso, tenhamos em perspectiva as eleições que estouram aí e iniciemos nós, cidadãos e eleitores, o que comumente cobramos que a justiça faça e, bem que poderíamos começar escolhendo acertadamente em quem votar, não?! Isso sim, pelo menos em termos de nepotismo, talvez seja o princípio do fim.
O quadro acima que retiramos da Folha Online da edição do dia 21/08/08 (www1.folha.uol.com.br) traz, além do texto da Súmula, a ilustração quanto aos níveis de parentesco e o dedicamos especialmente para aqueles que achavam que cunhada e cunhado não eram parentes!