(RE) [prefixo latino] 1. Repetição.
(VISTA) [sf.] 1. Ação ou efeito de ver. 2. O que se vê. 3. Panorama.
(REVISTA) [sf.] 1. Inspeção minuciosa. 2. Publicação periódica de caráter noticioso, etc.
(REVISTA) [adj.] 1. Que se reviu.

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PERIODICIDADE SEMANAL

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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

SÃO DOIS PRA LÁ, DOIS PRÁ CÁ...

Hoje fui surpreendida (positivamente) com o telefonema de uma amiga que não vejo há cerca de dois anos. Nos conhecemos em 2006, pois trabalhamos juntas no mesmo projeto que, como a maioria das coisas boas, durou pouco, quatro meses apenas, pra ser exata.
E, ainda entre a alegria de ser lembrada após tanto tempo, fiquei pensando nas pessoas que, como ela, tiveram que sair de Capão por falta de um trabalho que garantisse a subsistência nos doze meses do ano. É, foi esse o caso, dela e do marido.
Não há estatística sobre as pessoas que chegam em Capão todo ano com o objetivo de “criar raízes” e, muito menos, das que retornam aos seus lugares de origem pela total falta de condições de aqui permanecerem. Aliás, com o tempo a gente descobre que, em termos de estatísticas, Capão é duplamente órfão!
Enfim... Fico me perguntando por quê? Por que numa cidade que se orgulha pelo sucesso de sua construção civil, a ponto de colocar um símbolo em sua bandeira, constrói tantas residências e não investe em perspectivas de trabalho? Por que não há incentivo (fiscal ou outro qualquer) para o comércio, serviço e indústrias, que não só abririam postos diretos e indiretos de trabalho, como dariam a infra-estrutura tão desejada por quem adquire um imóvel (vale dizer, no patamar médio de R$ 160.000,00)?
Alguns diriam se tratar de um assunto complexo, que incentivos são difíceis de se materializar orçamentariamente, que indústrias são poluentes, etc... Para estes, digo que a construção civil à revelia de um plano diretor condizente com a preservação ambiental, pode ser tão ou mais letal que possíveis resíduos industriais; que o orçamento tem limites sim, mas é público, tão público quanto à sociedade dele se apoderar, no sentido de construir alternativas para suas demandas; e que complexo, é inversamente proporcional ao diagnóstico e à estruturação de ações, ou seja, quanto menos se conhece, ou se quer conhecer, mais intrincado fica.
E enquanto a gente fica sem saber quantos vem e quantos vão, a dança continua, com seu compasso acentuado, e seu ritmo certo... e, no dois prá cá e dois prá lá dessas idas e vindas, ficamos torcendo, pra que um dia, ninguém precise mais sair daqui.

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